segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Amor e Caos - Ana Cañas.



Sutíl, solto, descompromissado, abrangente, vigoroso, puro, recheado, belo, esses são apenas alguns dos muitos adjetivos que caberiam em, "Amor e Caos" (Sony & BMG 2007),  álbum de estréia de Ana Cañas.

Depois de cinco anos destilando sua bela voz pelas noites paulistanas, Ana apresenta sua verve compositora ao lado dos parceiros Flávio Rossi, Alexandre Fontanetti e Fabá Jimenez.


O disco traz dez faixas, sendo sete de sua autoria com seus parceiros, além de "Coração Vagabundo" de Caetano Veloso, "Super Mulher" de Jorge Mautner e "Rainy Day Women" de Bob Dylan.

A pegada jazzística é explícita nos belos arranjos de Jimenez e Fontanetti, mas longe de "invenssionices", tudo se mistura com sabedoria a voz doce de Ana. 


Sua interpretação calcada no Blues, no Rock, na MPB, enfim, em todas as influências cabíveis numa grande cantora (talvez muito arquitetada, também, pela sua formação em Artes Cênicas), dialoga com ela e da vasão a um talento excepcional para cantar seus próprios versos.


" Existe aqui uma bruxa / uma princesa / Uma diva: que beleza! / Escolha aqui o que quiser." 

Sim. Está tudo alí, é só escolher! Neste verso de "Devolve Moço", faixa que ficou muito conhecida através do myspace de Ana, muito antes dela lançar seu disco, a autora traz esse tom de revelação ao qual se propoz para trilhar seu caminho.


E ainda bem que foi assim, sem medo, sem rótulos. O disco revela nuances do Pop, do Blues, do Jazz, da Bossa, mas sem fossa, sem joça, sem querer ser "O tal", tudo vai aos poucos lhe cativando, lhe envolvendo e lhe parecendo como haveria de ser num primeiro encontro: inesperado e inolvidável.


"Para encontrar: vontade / Para atravessar: a ponte / Para desejar: sorte... (trecho da faixa: "Para todas as coisas").


E para ouvir: Ana