segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ben Taylor


E o tempo cinza insiste por aqui. Depois de um fim de semana bacana na cidade de Piracicaba, voltei para São Paulo. O ritmo é outro, mas a chuvinha acompanha o dia e o clima continua apropriado para as trilhas mais intimistas.

Vou buscando algo para os ouvidos que me convide ao descanso e a introspecção, quando me deparo com Ben Taylor, filho de James Taylor.

Benjamin Taylor segue os passos de seu pai e faz uma música confortável. Um folk suave. O jeito de cantar parecido com o do pai, como na bela canção “Wicked Wayele”, revela um músico com um talento nato para o estilo que consagrou James Taylor. Mas Bem explora outros grooves, em algumas canções como “Wrong”, por exemplo, sua música também me fez lembrar do The Beautiful Girls (AU).

Mas ele demonstra competência para deixarmos as comparações de lado. Suas canções podem muito bem (sem trocadilhos) figurarem no seu iPod, como aquela capa de chuva que você carrega na mochila.

Uma companhia perfeita para os dias em que um passeio pelas ruas de um vilarejo qualquer, perdido em alguma região serrana entre o mar e a montanha; ou mesmo nas ruas movimentadas de uma metrópole, lhe convide a caminhar, refletir e relaxar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Moonshine Sessions



Nesses dias cinzas, quando a chuva fina cai devagar, minha mente procura lembranças de lugares longínquos por onde andei. Nesses momentos, nada melhor do que uma trilha sonora cheia de referências ao desbunde destes paraísos esquecidos.

Foi assim que Moonshine Sessions refrescou minha memória, como fez a chuva que caía naquela tarde que antecedia meu final de semana. Não poderia ser melhor, já que estava de viagem marcada para o interior. Pegar estrada, rever velhos amigos e, de quebra, tocar num bar que me traz boas lembranças daquela cidade que, caprichosamente, ainda segue paralela aos meus horizontes.

Canções como “I Lost Him” e “Fade Away” me aceleravam a vontade de sair da frente daquela tela de computador, jogar a alma em alguma rota e sentir que a vida pulsa cheia de nuances em lugares onde o ruído da cidade se afoga na imensidão da noite.

Philippe Cohen Solal, o compositor francês, DJ/ Produtor e co-fundador do Gotan Project conseguiu neste belo álbum, gravado perto de Nashville, trazer o clima country/acústico apropriado para os andarilhos. Com sutilezas tão palpáveis como o barulho da chuva, o som do grilos e dos pássaros e de um velho rádio de pilha, Cohen nos convida ao sossego.

Tudo isso foi registrado com a participação de companheiros talentosos em instrumentos como rabeca, violino, baixo acústico, cavaquinho, banjo, gaita, guitarra slide. Com destaque para a voz doce de uma garota na versão de “Dancing Queen” do ABBA.

Imperdível! Como uma bela viagem.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Soul Sympathy



Agora quando escrevo este texto, minha memória ainda insiste em me levar até a noite de ontem para a primeira fila de cadeiras do Credicard Hall, em São Paulo, onde fiquei extasiado com o talento e o encantamento provocado por Erykah Badu.

De vestido de boneca, cabelos curtos e loiros, nada disso poderia chamar mais a atenção do que os olhos cor de mel e a voz doce e potente que inebriou a todos naquele que, sem dúvida, poderá figurar com um dos melhores shows de 2010.

Era por volta das 20:40 hs, quando Erykah subiu ao palco. A platéia, que preenchia quase toda a capacidade da casa, já estava quente naquele momento, isso graças ao DJ da sua banda que havia animado o público com clássicos da black music antes de sua entrada.

Foi então que a espera valeu à pena. E muito! Apresentando um repertório com seus maiores sucessos como, On & On, Otherside of the Game, Worldwide Underground e I Want You, até as faixas de seus dois discos mais recentes, Erykah fez com que todos se levantassem das cadeiras e se entregassem ao groove.

- Get up. Get up! (pedia a cantora)

De uma simpatia e carisma fora do comum, Erykah estava à vontade e demonstrou porque é considerada uma das divas da música pop. Com uma presença de palco nada apelativa, aliás, com muito charme e simpatia, ela era pura sinergia entre banda e público.

Passaram se mais de 2 horas de uma performance arrebatadora, para que ela então se despedisse com uma das melhores canções de um dos seus melhores álbuns: “Bag Lady”, do disco “Mama’s Gun”. Nessa hora, o público colado ao palco presenteou a cantora com pulseirinhas, colares e até camisetas que Erykah foi colocando e guardando tudo com muito carinho.

Despediu-se e saiu com um sorriso estampado no rosto. A banda, ainda segurou por alguns minutos para que ela voltasse para o bis. Enquanto cantava, vigiada de perto por seu segurança, Erykah distribuía autógrafos em pedaços de papéis, cds, livros e tudo mais que o público lhe entregasse.

Foi uma noite inesquecível onde a cantora se entregou à música e ao público, deixando a impressão que todo fã espera de seu ídolo. Como se não bastasse, depois que as luzes foram acesas alguns sortudos que permaneceram alí no gargarejo, foram convidados pelos músicos da banda a subirem ao palco para irem ao camarim.

Tietagens à parte, nesse momento eu já estava indo embora com a sensação de que tudo aquilo já tinha valido à pena e a certeza de que aquele show ficaria na minha memória por um bom tempo.