quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Soul Sympathy



Agora quando escrevo este texto, minha memória ainda insiste em me levar até a noite de ontem para a primeira fila de cadeiras do Credicard Hall, em São Paulo, onde fiquei extasiado com o talento e o encantamento provocado por Erykah Badu.

De vestido de boneca, cabelos curtos e loiros, nada disso poderia chamar mais a atenção do que os olhos cor de mel e a voz doce e potente que inebriou a todos naquele que, sem dúvida, poderá figurar com um dos melhores shows de 2010.

Era por volta das 20:40 hs, quando Erykah subiu ao palco. A platéia, que preenchia quase toda a capacidade da casa, já estava quente naquele momento, isso graças ao DJ da sua banda que havia animado o público com clássicos da black music antes de sua entrada.

Foi então que a espera valeu à pena. E muito! Apresentando um repertório com seus maiores sucessos como, On & On, Otherside of the Game, Worldwide Underground e I Want You, até as faixas de seus dois discos mais recentes, Erykah fez com que todos se levantassem das cadeiras e se entregassem ao groove.

- Get up. Get up! (pedia a cantora)

De uma simpatia e carisma fora do comum, Erykah estava à vontade e demonstrou porque é considerada uma das divas da música pop. Com uma presença de palco nada apelativa, aliás, com muito charme e simpatia, ela era pura sinergia entre banda e público.

Passaram se mais de 2 horas de uma performance arrebatadora, para que ela então se despedisse com uma das melhores canções de um dos seus melhores álbuns: “Bag Lady”, do disco “Mama’s Gun”. Nessa hora, o público colado ao palco presenteou a cantora com pulseirinhas, colares e até camisetas que Erykah foi colocando e guardando tudo com muito carinho.

Despediu-se e saiu com um sorriso estampado no rosto. A banda, ainda segurou por alguns minutos para que ela voltasse para o bis. Enquanto cantava, vigiada de perto por seu segurança, Erykah distribuía autógrafos em pedaços de papéis, cds, livros e tudo mais que o público lhe entregasse.

Foi uma noite inesquecível onde a cantora se entregou à música e ao público, deixando a impressão que todo fã espera de seu ídolo. Como se não bastasse, depois que as luzes foram acesas alguns sortudos que permaneceram alí no gargarejo, foram convidados pelos músicos da banda a subirem ao palco para irem ao camarim.

Tietagens à parte, nesse momento eu já estava indo embora com a sensação de que tudo aquilo já tinha valido à pena e a certeza de que aquele show ficaria na minha memória por um bom tempo.